Opiniões e reflexões de cópia livre. Apenas o prazer de pensar mantem-se com o autor...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Grandes colegas

No dia em que Sócrates faz uma remodelação no Governo, o Ministro da Justiça declara, com um sorriso irónico, que não vai fechar tribunais, que irá manter a Justiça perto dos cidadãos.

Na sua cabeça devia estar pensando: "Fosga-se! Já viram o que aconteceu ao outro. Eu não sei para onde vou. Só sei que não vou por aí!".

No mesmo dia o Ministro da Economia comenta sobre o facto de ser um eterno remodelável, mas continuar no seu posto, dizendo que a sua manutenção no Governo se prende com o facto de estar a conseguir bons resultados.

O seu pensamento deveria estar a obrar a ideia: "A Economia está tão mal que não importa o que faça não corro o risco da a piorar. Não dando nada às pessoas, também não estou a tirar. Mas que ideia peregrina aquela de tirar às pessoas as Maternidades e os Atendimentos de Urgência..."

A nova Ministra da Saúde, também ela, começou logo a dizer que as políticas eram definidas pelo Primeiro Ministro.

Já está à defesa. Provavelmente pensava: "Se as pessoas se queixam das políticas e elas são definidas pelo Primeiro Ministro, é mesmo melhor irem também pensando que não tenho culpa nenhuma do que irei fazer. Da próxima, ao menos remodelem a pessoa certa: o idiota."

O Correia de Campos, à noite, no sofá, de robe e chinelos, livre das responsabilidades governativas, ao ver as notícias e as declarações dos seus ex-colegas, deve estar a pensar: "Mas que cambada! Vejam só de quem me livrei. E eu a interiorizar que os meus adversários estavam lá para os lados da Anadia. Afinal, só fiz o que o Sócrates me disse para fazer..."

sábado, 26 de janeiro de 2008

Teoria de Conspiração 2 - Correia de Campos e Darwin

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, deverá ser um especialista e adepto de Darwin. A sobrevivência do mais forte parece ser o seu lema para uma nova raça de portugueses. Quem não for capaz de sobreviver a umas horazitas de espera, aparentemente deve ser expurgado desta nova raça.

O envelhecimento do país implicará futuros aumentos da sua despesa de saúde. O controlo do défice obriga a medidas difíceis e, segundo diz o Primeiro-Ministro, tem-se tido sucesso.

O Ministro da Saúde tem verbalizado ideias e conceitos que estão a ser contestados pelas populações. Numa tentativa constante de branquear os protestos, descreve uma realidade que ninguém vê, não sente, nem beneficia.

Faz lembrar uma antiga afirmação de José Sócrates de que estaria em igual circunstância a qualquer funcionário público no que respeitava à Saúde, para logo a seguir ser assistido por helicópteros e hospitais especiais só porque partiu uma perna.

Agora, que já vimos as divergências entre o que afirmam e a realidade, o que foi que Sócrates, reagindo às afirmações do Bastonário dos Advogados, quis dizer com "Tenho a certeza que ele (bastonário) não se referia a nenhum membro, nem a nenhum ministro deste governo"?

sábado, 12 de janeiro de 2008

Estirpes

Os fumadores são gente de boa estirpe. Passados dez dias é esta a conclusão possível. Rapidamente interiorizaram as novas normas e deixamos de os ver a fumar nos locais proibidos.

Gente de valor, cumpridora da lei.

Mas se são cumpridores da lei e continuamos a ver excessos de velocidade, estacionamento em locais proibidos, condução sem cinto ou a falar ao telemóvel, só podemos, lateralmente, concluir uma coisa: são os não fumadores.

Gente fundamentalista, incumpridora da lei.

Um dos problemas do fundamentalismo é a irracionalidade. E a aplicação da Lei do Tabaco está eivada de situações caricatas.

A primeira, logo nos primeiros dias, terá acontecido quando o dono de um bar chamou a Polícia por causa de um cliente que estava a fumar e acabou multado porque não tinha colocado os dísticos. O cliente fumador entretanto tinha desaparecido.

O facto de o indivíduo estar a fumar num local fechado é, aparentemente, uma excepção que confirma que o cumprimento da lei foi uma qualidade da grande maioria e não uma inevitabilidade. Mas, como não havia dísticos, nem se terá tratado de uma verdadeira excepção ao cumprimento da lei.

Se compararmos com o estacionamento em local proibido ou em cima do passeio, será de notar que normalmente demora mais tempo do que um cigarro a um fumador. Assim, a Polícia terá tempo de lá chegar e multar. Acreditar que um fumador ainda lá está quando a Polícia chega é que é irracional...

Outra situação caricata. Não se vê fumo nos parques de estacionamento cobertos. Pelo menos dos fumadores. Mas ainda se vê condutores a seguirem por pequenos troços de sentido proibido, só porque fica mais perto da saída, ou porque há fila na outra via.

Como se espera controlar os fumadores nesses espaços, se não se controlam os condutores? Ah! Já me lembro. Os fumadores cumprem a lei... Então devem ser os não fumadores que nos aparecem na frente quando a nossa via é a que tem o sentido único correcto...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Deixa Mamar




sábado, 5 de janeiro de 2008

Soluções de recurso (1)

Não há almoços grátis, mas procuram-se...

Recordo-me que assinava várias revistas e um jornal. Aos poucos, e por "colaborar" forçadamente na redução do défice orçamental, fui suspendendo uma atrás de outra.

De todas as assinaturas restou uma, por sinal a mais cara, que nem sequer é portuguesa. Vem de França e é em francês.

Trata-se de uma revista técnica, cujo elevado custo da assinatura (cerca de 8 vezes mais o custo de uma revista genérica semanal) reflecte a sua exclusividade e qualidade. A sua renovação por mais dois anos foi efectuada no passado mês de Novembro.

O conteúdo das revistas e jornais que antes assinava tinham mais relevância para a minha actividade profissional principal, do que a revista francesa de que não prescindo.

Tornava-se pois urgente actualizar o material a que recorria na actividade profissional, sem assumir novos custos. Claro que a Internet fornece alguma coisa, mas o tratamento editorial de uma revista e os seus artigos de opinião terão sempre um apelativo diferente.

Foi então que comecei a recorrer às campanhas de divulgação de revistas e jornais, "receba em casa durante um mês, gratuitamente, e assine depois". Claro que quando passa o mês, assobio para o lado... à procura de outra campanha.

Não me orgulho dessa prática e agradeço sempre às revistas. Sei que não há almoços grátis, mas estou à procura...

Há por aí alguma promoção de assinaturas de revistas? Fazia-me jeito...