Opiniões e reflexões de cópia livre. Apenas o prazer de pensar mantem-se com o autor...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

eEscolas e o Governo

As operadoras de telemóveis, para obterem a concessão do 3G, comprometeram-se apoiar o Governo numa campanha de distribuição de computadores a preços baixos.

Desconhecendo pormenores, a ideia genérica foi essa. Não conheço os exactos termos do acordo, mas se corresponde à implementação que conhecemos, houve ingenuidade ou maquinação.

Há a constituição de um cartel, não ao nível dos preços dos equipamentos, mas ao nível do compromisso que amarra os consumidores durante três anos.

Durante três anos muitas soluções tecnológicas diferentes poderão surgir. Nestes três anos pode continuar-se a verificar a constante perda de poder de compra das famílias. Nestes três anos os compromissos das famílias podem agravar-se (como se espera que aconteça).

Nas restrições que as famílias podem querer fazer, deixa de poder incluir-se a ligação à internet como um consumo a reduzir. Pelo menos durante os três anos.

O que tem de mal o compromisso de três anos? Tudo. É a nódoa num projecto que poderia ser efectivamente uma benção.

O "patrocínio" do Governo ao compromisso de fidelidade foi infeliz e, envolvido nas campanhas propagandísticas dos choques tecnológicos, não se demarca. Insiste.

Quando já muitos perceberam que existem outras soluções, porventura a exigirem um maior esforço numa fase inicial, mas que não acabam num "barato que sai caro", continua o Governo a mandar circulares e a incentivar alunos e professores a aderirem, continua a estar presente, com comitivas, em espectáculos de distribuição de equipamentos, continua a alimentar o cartel que incentivou, usando para tal recursos que são públicos, que são de todos nós.

Não abordo as opções técnicas das ofertas, que sendo baratas nos equipamentos, são fracas no compromisso dos três anos, com uma solução em que muitos irão querer fazer um upgrade para outros tarifários, mais eficazes em termos tecnológicos, mas também mais caros no compromisso.

Quando ouço pais e professores a dizerem que inicialmente tinham pensado aderir, mas depois desistiram, antevejo um fiasco.

1 comentário:

alicelopes68 disse...

A minha filha tem o portatil desde setembro pela escola que frequenta,(Escola Secundaria Alves Martins de Viseu) e com serviço TMN.Como tem Escalao A, so deveria pagar 5€ por mes, mas por erro da TMN as facturas vem a 17,50€. Ao fim de varias reclamaçoes, disseram-me para aguardar pq estavam a resolver, mas ao fim deste tempo todo e quase todas as semanas a telefonar para o 1696, fiquei sem net.
Liguei para o Ministerio, e me disseram que a escola tem de fazer uma anulaçao ao contrato e fazer um novo.
É uma vergonha a TMN, do pior. E o nosso Ministerio em vez de exigir que a TMN resolva, salta fora e as escolas que resolvam. So se quizeram fazer de bonitos pela iniciativa.